Adriano Paiva
O processo de ensinar e aprender
acompanha a vida de forma geral desde a sua gênese. Tanto no reino animal
quanto no humano este processo esta presente – um pássaro é empurrado do ninho
para que aprenda a voar, uma criança primitiva, pelo processo de observação,
aprende a caçar, nadar, entre outras atividades.
A educação passou por várias fases no
decorrer da história da humanidade, ora como uma atividade para poucos, ora
para todos. Sofreu a era das trevas e das luzes, cresceu e se desenvolveu ao
ponto de se institucionalizar no que chamamos de escolas.
Foi na Era Medieval, dita era das
trevas, que a educação tomou um espaço para unir alunos em busca de
conhecimentos, mesmo que esses ensinos fossem apenas voltados para uma formação
religiosa de párocos, ainda sim era o estopim do que estaria por vir. Nesta
fase tivemos a escola paroquial, voltada para os padres, para o ensino
religioso, desprovida de aspectos sociais, econômicos e culturais. Mas não
poderia permanecer em uma redoma de proteção e tomou um aspecto mais aberto;
embora muito controlado pela Igreja Católica, alcançou os filhos da nobreza e
chamou-se de Escola Monástica.
Após as escolas monásticas, tivemos a
escolas palatinas que, fruto da visão de Carlos Magno de desenvolver a
educação, abrangia novas disciplinas, as quais deram luz ao trivium e ao
quadrivium, aquela com as disciplinas de gramática, dialética e a retórica;
esta com as disciplinas formais de aritmética, geometria, astronomia e música,
mais tarde a medicina.
Até agora observamos que a Igreja
católica e seu cristianismo, foram ativos na participação da educação, contudo
seu caráter repressivo e o poder ditador de seu líder, fez com que alguns
padres revoltassem e dessem inicio a um grande movimento de libertação – a
Reforma. Os revoltosos foram denominados de protestantes. O movimento, apesar
de seu caráter religioso, influenciou a educação, dando a ela um caráter mais
liberal, voltando as concepções dos grandes filósofos gregos.
Diante desse movimento a Igreja
Católica reagiu com a Contra Reforma, viria anos difíceis e marcados por mortes
cruéis aos revoltosos e “hereges”. Muitas ferramentas foram criadas para
reprimir os protestantes, contudo uma foi muito positiva no campo da educação:
a criação das Companhias de Jesus. Os integrantes de tal companhia foram
chamados Jesuítas, embora fossem os aplicadores de penas e soldados dessa
guerra santa, criaram um sistema muito organizado em torno da educação: a
Escola Jesuítica.
A Escola Jesuítica teve tanta influência na educação que até em nossos
dias usa-se suas ferramentas de ensino. Esta escola prezava pela educação de
líderes, pelo preparo de seus professores e um pragmático método de ensino, com
revisões corriqueiras.
Após o Renascimento a educação e a
escola como instituição teve influencias dos reis absolutistas, dos pensadores
iluministas, da burguesia, que a adotou como meio de preparar sua mão de obra
mais qualificada, voltada para o êxito econômico impondo padrões desumanos as
nossas crianças. Teve ainda a influencia dos pensadores contemporâneos, com
suas pedagogias liberais, tradicionais, tecnicistas e hoje, a busca da
pedagogia do oprimido, dando mais chances aos menos afortunados.
Com todo o exposto, podemos concluir
que a educação institucionalizada, a escola, sofreu as influencias do meio, ou
seja, caminhou com a humanidade. A escola não pode se enclausurar nos
mosteiros, ganhou o mundo, e hoje é um sonho realizado de Comenius – A Escola é
para todos.
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