terça-feira, 14 de maio de 2013

Escola para Todos



Adriano Paiva


          O processo de ensinar e aprender acompanha a vida de forma geral desde a sua gênese. Tanto no reino animal quanto no humano este processo esta presente – um pássaro é empurrado do ninho para que aprenda a voar, uma criança primitiva, pelo processo de observação, aprende a caçar, nadar, entre outras atividades.
          A educação passou por várias fases no decorrer da história da humanidade, ora como uma atividade para poucos, ora para todos. Sofreu a era das trevas e das luzes, cresceu e se desenvolveu ao ponto de se institucionalizar no que chamamos de escolas.
          Foi na Era Medieval, dita era das trevas, que a educação tomou um espaço para unir alunos em busca de conhecimentos, mesmo que esses ensinos fossem apenas voltados para uma formação religiosa de párocos, ainda sim era o estopim do que estaria por vir. Nesta fase tivemos a escola paroquial, voltada para os padres, para o ensino religioso, desprovida de aspectos sociais, econômicos e culturais. Mas não poderia permanecer em uma redoma de proteção e tomou um aspecto mais aberto; embora muito controlado pela Igreja Católica, alcançou os filhos da nobreza e chamou-se de Escola Monástica.
          Após as escolas monásticas, tivemos a escolas palatinas que, fruto da visão de Carlos Magno de desenvolver a educação, abrangia novas disciplinas, as quais deram luz ao trivium e ao quadrivium, aquela com as disciplinas de gramática, dialética e a retórica; esta com as disciplinas formais de aritmética, geometria, astronomia e música, mais tarde a medicina.
          Até agora observamos que a Igreja católica e seu cristianismo, foram ativos na participação da educação, contudo seu caráter repressivo e o poder ditador de seu líder, fez com que alguns padres revoltassem e dessem inicio a um grande movimento de libertação – a Reforma. Os revoltosos foram denominados de protestantes. O movimento, apesar de seu caráter religioso, influenciou a educação, dando a ela um caráter mais liberal, voltando as concepções dos grandes filósofos gregos.
          Diante desse movimento a Igreja Católica reagiu com a Contra Reforma, viria anos difíceis e marcados por mortes cruéis aos revoltosos e “hereges”. Muitas ferramentas foram criadas para reprimir os protestantes, contudo uma foi muito positiva no campo da educação: a criação das Companhias de Jesus. Os integrantes de tal companhia foram chamados Jesuítas, embora fossem os aplicadores de penas e soldados dessa guerra santa, criaram um sistema muito organizado em torno da educação: a Escola Jesuítica.
          A Escola Jesuítica teve tanta influência na educação que até em nossos dias usa-se suas ferramentas de ensino. Esta escola prezava pela educação de líderes, pelo preparo de seus professores e um pragmático método de ensino, com revisões corriqueiras.  
          Após o Renascimento a educação e a escola como instituição teve influencias dos reis absolutistas, dos pensadores iluministas, da burguesia, que a adotou como meio de preparar sua mão de obra mais qualificada, voltada para o êxito econômico impondo padrões desumanos as nossas crianças. Teve ainda a influencia dos pensadores contemporâneos, com suas pedagogias liberais, tradicionais, tecnicistas e hoje, a busca da pedagogia do oprimido, dando mais chances aos menos afortunados.
          Com todo o exposto, podemos concluir que a educação institucionalizada, a escola, sofreu as influencias do meio, ou seja, caminhou com a humanidade. A escola não pode se enclausurar nos mosteiros, ganhou o mundo, e hoje é um sonho realizado de Comenius – A Escola é para todos. 

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